“Paulo Francis representou a essência do jornalismo”, diz autor de livro sobre o jornalista

  • Por Jovem Pan
  • 06/12/2016 11h50
Johnny Drum/Jovem Pan

“Ele guiou gerações saindo da ditadura para a democracia. Ele foi uma inspiração para muitos jornalistas a fazerem o jornalismo sério”. Foi assim que Nelson de Sá, autor do livro “Paulo Francis – A Segunda Mais Antiga Profissão do Mundo – Jornalismo, Política e Cultura nos Textos do Maior Polemista da Imprensa Brasileira”, descreveu o mais famoso polemista da imprensa brasileira, durante o Jovem Pan Morning Show desta terça-feira (6).

Conhecido por ser contra qualquer tipo de governo, sem pender para esquerda ou direita, Francis é considerado como o jornalista que realmente levou a essência da profissão por toda a sua vida: questionar de modo imparcial. Essa visão jornalística sempre foi a sua principal característica, com comentários sarcásticos sobre a política nacional e norte-americana.

“O jornalismo era o seu fascínio. Ele misturava informação e comentários bem agressivos em sua coluna na Folha de S. Paulo. Minhas pesquisas para escrever o livro mostraram que ele nasceu assim”, disse Sá.

Morto em 1997 após um ataque cardíaco, como será que Paulo Francis estaria lidando com a atual política do Brasil, que vem passando pela maior crise de sua história? Para Nelson, o jornalista estaria andando contra a corrente atual, simplesmente porque esse era o seu jeito de viver.

“Ele via poder e ia contra. Não tenho a menor dúvida que ele não estaria andando ao lado da corrente. Ele é todas essas fases juntas. Ele não era conservador ou trotskista. O último texto dele na Folha ele diz ser contra iniciar poder. Quem estivesse lá ele seria contra”, contou.

A sua morte veio acontecer três meses após as críticas que fez à Petrobrás no programa “Manhattan Connection”, em 1996. De acordo com o autor do livro, o processo de US$ 100 milhões movido pela estatal brasileira contra ele o deixou em depressão, o que contribuiu para o seu falecimento.

“Pediram uma indenização de US$ 100 milhões e isso jogou ele numa depressão louca. Acredito que há muito fatores, mas isso contribuiu muito”, concluiu.

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